O aumento do otimismo dos empresários industriais quanto ao desempenho do setor nos próximos seis meses é reflexo de um horizonte mais positivo para a economia no curto prazo. É o que aponta a economista Carla Beni, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com a Sondagem Industrial publicada nessa terça-feira (18), os empresários acreditam que a demanda interna deve aumentar nos próximos meses, assim como a quantidade de bens industriais que as fábricas vão exportar, a compra de matérias-primas e, também, o número de empregados.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), isso mostra que há mais otimismo disseminado entre as indústrias, apesar dos resultados negativos registrados na passagem de maio para junho. Carla Beni destaca que a melhora da confiança dos empresários se deve a diversos fatores.
“Há um cenário muito positivo no Brasil. Tem a reforma tributária, que vai facilitar muito a vida da indústria. A outra expectativa relevante para o segundo semestre é o início de um ciclo de queda da taxa de juros. Outro programa importante é o Desenrola, que vai retomar uma quantidade muito considerável de pessoas que vão voltar para o mercado consumidor. O dólar está num patamar muito bom, as expectativas de crescimento do PIB beiram 3%”, avalia.
A economista destaca que esses fatores vão permitir o aumento do consumo interno, que foi o principal problema enfrentado pela indústria no segundo trimestre, segundo os próprios empresários.
Outra dificuldade que tende a ser superada no segundo semestre é a taxa de juros elevada, diz o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). “Com a diminuição da expectativa inflacionária não há porque manter o patamar de juros, razão pela qual acho que a questão dos juros será decisiva e, ela sendo equacionada, nós poderemos ter uma resposta rápida, importante da retomada da economia, particularmente da atividade industrial do país”, analisa.
O congressista, que é presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, afirma que o crescimento econômico do país passa por segurança jurídica e equilíbrio fiscal, o que ele julga ser possível melhorar com o novo arcabouço fiscal, o marco legal das garantias de crédito e o projeto de lei das debêntures de infraestrutura, por exemplo. “Podem tornar o clima receptivo ao desenvolvimento de negócios”, pontua.
Desempenho negativo em junho
Na passagem de maio para junho, a indústria viu os indicadores de produção, de emprego e de estoque piorarem. Apesar disso, os empresários perceberam uma leve melhora nas condições financeiras, no acesso ao crédito e no preço das matérias-primas, ponto que foi um dos principais gargalos para a indústria no último ano.
Fonte: Brasil61